Como garantir a segurança de dados sensíveis em uma investigação digital?

Atendimento Hakkah • 3 de novembro de 2025

A investigação interna, dentro do ambiente da empresa, tem se tornado cada vez mais relevante na resolução de casos de assédio, vazamento de informações e espionagem comercial. O volume de dados digitais relevantes para essas investigações cresce exponencialmente, abrangendo desde informações em dispositivos móveis e computadores até rastros em redes sociais e na nuvem. 


Dentro desse vasto universo de dados, uma parcela significativa é classificada como dados sensíveis, compreendendo informações pessoais identificáveis (IPI), como nomes, endereços, números de documentos, dados financeiros (históricos bancários, números de cartão de crédito), informações de saúde (prontuários médicos, dados genéticos) e comunicações privadas. A natureza íntima e confidencial desses dados exige um tratamento extremamente cuidadoso durante todo o processo investigativo.


Garantir a segurança dos dados sensíveis em uma investigação forense digital não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também um imperativo ético e operacional. 


A manipulação inadequada ou o vazamento dessas informações pode causar danos irreparáveis aos indivíduos envolvidos, comprometer a integridade das evidências e até mesmo invalidar os resultados da investigação em um tribunal. 


Por essa razão, adotar as melhores práticas para a coleta, preservação, análise e armazenamento seguro de dados sensíveis é crucial para o sucesso de qualquer investigação forense digital.


Continue a leitura deste artigo para descobrir as técnicas e os protocolos essenciais que garantem a proteção dessas informações críticas em cada etapa do processo investigativo.


A importância da segurança de dados sensíveis em investigações digitais


A segurança de dados sensíveis em investigações forenses digitais é de suma importância, permeando todas as etapas do processo investigativo. 


Os riscos de segurança inerentes a essas investigações são muitos, abrangendo desde o potencial vazamento de informações confidenciais, que pode acarretar graves prejuízos às vítimas e a terceiros, até a adulteração de evidências digitais, comprometendo a validade e a confiabilidade dos achados forenses. 


Ainda, a negligência na proteção de dados sensíveis pode gerar sérias implicações legais, como sanções por violação de leis de proteção de dados, e levantar questões éticas sobre a responsabilidade dos investigadores no tratamento de informações privadas.


As consequências negativas da manipulação inadequada de dados sensíveis em investigações forenses são vastas e impactantes. 


O acesso não autorizado a informações pessoais, financeiras ou de saúde pode levar a fraudes, roubo de identidade e danos à reputação. Já a alteração ou destruição de evidências digitais pode obstruir a justiça e impedir a responsabilização de criminosos. 


Fundamentalmente, a segurança de dados está intimamente ligada à integridade e à admissibilidade das evidências em processos legais. Evidências que não foram coletadas, preservadas e analisadas sob rigorosos padrões de segurança podem ser consideradas comprometidas e, portanto, inadmissíveis em um tribunal, prejudicando o resultado da investigação. 


Melhores práticas para coleta e preservação segura de evidências digitais


A coleta segura de evidências digitais é um passo crítico em qualquer investigação digital, e merece uma atenção ainda mais especial quando envolve o uso de dados sensíveis.


A adoção de protocolos padronizados, como a cadeia de custódia, é fundamental para garantir a rastreabilidade e a integridade das evidências desde o momento da sua identificação até a apresentação em juízo. 


A cadeia de custódia documenta cada pessoa que teve acesso à evidência, bem como o local, a data e a hora da transferência de custódia, minimizando o risco de adulteração ou questionamentos sobre a sua autenticidade. 


A utilização de hardware e software forense confiáveis é imprescindível para evitar a contaminação dos dados originais durante o processo de aquisição. Ferramentas forenses especializadas são projetadas para criar cópias das evidências sem alterar os dados originais, garantindo a sua integridade para análise posterior.


Um procedimento essencial na coleta segura de evidências digitais é a criação de imagens forenses bit-a-bit. Essa técnica consiste em criar uma cópia exata de todo o conteúdo de um dispositivo de armazenamento, incluindo o espaço não alocado e os arquivos deletados, garantindo a preservação de todos os dados sensíveis presentes.


A imagem forense atua como uma representação fiel do estado do dispositivo no momento da coleta, permitindo que a análise seja realizada em uma cópia, protegendo o original de qualquer modificação acidental ou intencional. 


A integridade dos dados sensíveis é, portanto, mantida, assegurando a validade das evidências para fins legais. Complementar a essas técnicas, a documentação detalhada de cada etapa do processo de coleta é vital.


Registrar informações como a data, a hora, o local da coleta, os dispositivos envolvidos, as ferramentas utilizadas e os nomes dos responsáveis garante a transparência e a auditabilidade do processo.


Após a coleta, a preservação adequada das evidências digitais é igualmente importante para evitar a contaminação e garantir a integridade dos dados durante o armazenamento temporário. 


Métodos como o armazenamento em mídias protegidas contra gravação (write-blockers) impedem qualquer alteração acidental ou maliciosa nos dados originais ou nas imagens forenses. 


O controle de acesso físico e lógico aos dispositivos e mídias de armazenamento restringe o acesso apenas a pessoal autorizado. Salas seguras com controle de temperatura e umidade, além de sistemas de autenticação para acesso aos dados digitais, são medidas importantes para garantir a confidencialidade e a integridade das evidências.


A utilização de lacres e outras medidas de segurança física, como etiquetas invioláveis, em embalagens e dispositivos de armazenamento, fornece uma camada adicional de proteção contra alterações não autorizadas. 


Qualquer violação desses lacres pode indicar uma possível adulteração das evidências, levantando alertas para uma análise mais aprofundada. A combinação dessas práticas de coleta e preservação seguras estabelece uma base sólida para a análise forense, garantindo que os dados sensíveis sejam manipulados de forma responsável e que as evidências mantenham sua integridade e admissibilidade ao longo de todo o processo legal.


Protegendo informações com criptografia


A criptografia ajuda a proteger informações confidenciais, transformando dados legíveis em um formato codificado, conhecido como texto cifrado, que só pode ser decifrado com a chave correta. 


Durante uma investigação digital, a criptografia desempenha um papel relevante na proteção de dados sensíveis em diferentes estados. 


Em repouso, a criptografia é aplicada aos dados armazenados em discos rígidos, unidades de estado sólido e arquivos individuais por meio de ferramentas especializadas. 


A escolha de algoritmos de criptografia adequados, como Advanced Encryption Standard (AES), é essencial para garantir a força da proteção contra tentativas de quebra. 


Adicionalmente, o gerenciamento seguro das chaves de criptografia, incluindo seu armazenamento protegido e controle de acesso restrito, é vital para evitar o acesso não autorizado aos dados criptografados.


Em trânsito, a criptografia garante a segurança dos dados sensíveis durante sua transferência entre diferentes sistemas ou locais. A utilização de protocolos seguros como Hypertext Transfer Protocol Secure (HTTPS) para comunicação web e Secure File Transfer Protocol (SFTP) para transferência de arquivos assegura que os dados sejam transmitidos de forma criptografada, protegendo-os contra interceptação e leitura por terceiros mal-intencionados. 


Para o acesso remoto aos dados, a utilização de redes virtuais privadas (VPNs) cria um túnel criptografado entre o investigador e o servidor, protegendo a confidencialidade e a integridade dos dados sensíveis transmitidos através de redes potencialmente inseguras. 

A combinação da criptografia em repouso e em trânsito oferece uma camada robusta de proteção para as informações críticas durante todo o processo investigativo.


Protocolo rigoroso de armazenamento e acesso a evidências sensíveis 


Uma infraestrutura de armazenamento segura deve contemplar controle de acesso físico rigoroso, com restrição de entrada a pessoal autorizado e monitoramento constante do ambiente para detectar qualquer atividade suspeita. 


A redundância de dados, por meio de sistemas de backup e recuperação, garante a disponibilidade das evidências em caso de falhas de hardware ou outros incidentes. 


Ao considerar o armazenamento local versus armazenamento em nuvem, é preciso avaliar os requisitos de segurança específicos de cada opção. O armazenamento local oferece maior controle físico, mas exige investimentos em infraestrutura e segurança perimetral. 


Já o armazenamento em nuvem demanda a seleção de provedores com certificações de segurança reconhecidas, criptografia robusta e políticas claras de proteção de dados, além da compreensão das jurisdições legais envolvidas.


O controle de acesso restrito aos dados sensíveis deve ser implementado por meio de um sistema de controle de acesso baseado em funções (RBAC), que concede permissões de acesso apenas aos usuários que precisam delas para desempenhar suas tarefas. 


A autenticação forte, como a autenticação de dois fatores (2FA), adiciona uma camada adicional de segurança, exigindo mais de uma forma de verificação da identidade do usuário antes de conceder acesso. 


É igualmente importante manter um registro detalhado e realizar auditorias regulares de todos os acessos aos dados sensíveis, permitindo rastrear quem acessou quais informações, quando e por quê. 


Por fim, a definição de políticas claras de retenção de dados, que estabelecem por quanto tempo as evidências devem ser armazenadas, e a implementação de procedimentos seguros para o descarte de dados que não são mais necessários, como a destruição física de mídias ou a limpeza segura de dados com software especializado, são etapas essenciais para minimizar o risco de vazamentos e garantir a conformidade com regulamentações de proteção de dados.



Garantir a segurança de dados sensíveis em investigações forenses digitais exige uma abordagem ampla e rigorosa, que abrange desde a adoção de protocolos de coleta e preservação seguros até a implementação de criptografia de alto nível e um controle de acesso completo, culminando em políticas claras de retenção e descarte


Somente por meio da aplicação consistente dessas melhores práticas é possível proteger informações, manter a integridade das evidências e assegurar a validade dos resultados investigativos, reforçando a confiança no processo legal e a proteção dos direitos dos indivíduos na era digital. Gostou de conhecer mais sobre segurança de dados sensíveis em investigação digital? Aproveite para conhecer o Grupo TechBiz — soluções em tecnologia para quem faz justiça!


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